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2023-06-28 14:54:00

Wimbledon 2023: teremos um campeão inédito?

Quer tenha o privilégio de ter um bilhete para o torneio de ténis de Wimbledon, para desfrutar do sol no campo central com a sua Pimm’s ou uma bebida alternativa à sua escolha (ou talvez apenas uma bebida clássica com morango e natas), quer tenha programado ver o torneio a partir do conforto da sua sala de estar, este Grand Slam promete ser outro evento imperdível no calendário desportivo. 

A 3 de julho, uma segunda-feira, o histórico torneio, que celebra a sua 136.ª edição, arrancará com a ronda principal tanto de singulares masculinos como de singulares femininos, além das competições de pares simples e pares mistos. Assim, faltam apenas alguns dias para o início do torneio de Wimbledon de 2023, no qual marcarão presença campeões experientes, recém-chegados, “qualifiers” e “wildcards”, todos a tentar conquistar o seu lugar nos livros de história e a sua fatia do prémio total em jogo, que ascende a 44 700 000,00£ (2 350 000,00£ atribuídos aos vencedores de singulares masculinos e femininos, respetivamente). 

Mergulhemos nos principais pontos de conversa em torno dos torneios recém-realizados e avaliemos que jogadores estão mais bem posicionados para disputar o título.

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Começando pela competição masculina, é possível dizer que as coisas estão a tornar-se um pouco previsíveis nesta altura. Afinal, haverá alguém que considere que Novak Djokovic não é o principal favorito a conquistar o título? O tenista sérvio, ao sagrar-se recentemente campeão em Roland Garros – o seu terceiro título na terra batida parisiense –, alcançou o 23.º título de Grand Slam da carreira, um record, somando, atualmente, mais um título do que o seu grande rival Rafael Nadal nesta corrida pelo melhor tenista de sempre. Com a conquista do Grand Slam de calendário em mente, após ter ganho dois majors e restarem apenas outros dois, o sérvio chega a este evento bastante confiante e, apesar da raridade do feito – nenhum tenista conquistou todos os quatro majors, competindo em singulares masculinos, num ano civil desde Rod Laver em 1969 –, ele quererá, certamente, ganhar os restantes dois. 

Djokovic, que já venceu sete vezes o torneio de Wimbledon e não perde no evento desde 2017, quando foi forçado a retirar-se contra Tomas Berdych, está à procura de conquistar o seu quinto título consecutivo. Ele está, novamente, a jogar para a história, procurando igualar os oito títulos de Roger Federer e empatar com Margaret Court no que se refere ao número total de majors ganhos. Recorde-se que a tenista australiana conta com 24.
 



O rival mais provável de Djokovic na luta pelo título será, certamente, o mais recente número um do mundo, Carlos Alcaraz. O tenista de 20 anos, de Múrcia, colocou-se, recentemente, entre os candidatos à vitória em Wimbledon, após ter triunfado no Queen’s Club Championships, um dos principais torneios de preparação da atualidade. É o seu primeiro título conquistado num torneio em relva, numa carreira ainda no começo, mas que se prevê de sucesso. Após um início lento na sua partida da ronda de abertura, na qual perdeu o primeiro set, Alcaraz voltou rapidamente ao seu melhor nível na relva londrina. O poder devastador das suas jogadas a direito, que chegam a velocidades de 100 milhas por hora, levou o ex-tenista Andrew Castle a afirmar: “Nunca vi nada assim”. Além disso, disse: “É o barulho da raquete, é um golpe tão destrutivo”.

Ao vencer o torneio ATP de Queen’s, Alcaraz tornou-se o mais jovem jogador, desde Leyton Hewitt em 2000, a conquistar um dos torneios em relva realizados antes de Wimbledon e entra agora no Grand Slam mais histórico como o principal cabeça de série pela primeira vez, embora ele próprio já tenha desvalorizado essa situação: “Naturalmente, recuperar a primeira posição do ranking antes de Wimbledon dá-te motivação extra, dá-te confiança extra à entrada para este torneio. Mas não é muito diferente jogar em Wimbledon como o número dois ou o número um”.



Dito isto, ao longo dos anos, o torneio ATP de Queen’s provou ser um torneio chave de preparação para os jogadores se adaptarem à alteração de superfície, após a ronda de torneios em terra batida, e ganharem confiança na relva, o que é especialmente importante se tivermos em conta o curto período existente entre o fim de Roland Garros e o início do torneio de Wimbledon. Os números falam por si, na medida em que vários campeões ilustres, como John McEnroe, Lleyton Hewitt, Rafael Nadal e Andy Murray, levantaram o troféu deste torneio de Queen’s antes de triunfarem em Wimbledon. Conseguirá Alcaraz juntar o seu nome à lista?

De acordo com Paul Annacone, antigo treinador de ex-campeões de torneios em relva, como Roger Federer e Pete Sampras, Alcaraz é o tenista mais bem preparado para desafiar Djokovic, afirmando que “ele pode ‘feri-lo’ de imensas maneiras”. Contudo, importa relembrar que, no seu mais recente confronto, o desgaste mental e físico de defrontar o sérvio provocou cãibras a Alcaraz na tão aguardada semifinal de Roland Garros. Os pontos de interrogação continuam a ser sobre a resistência de Carlitos numa partida com cinco sets, mas veremos se ele ganhou força desde esse último e complicado desafio.

Entre os outros nomes que vale a pena mencionar na divisão masculina, realçamos Andy Murray, que já venceu em Wimbledon por duas vezes. O inglês, contudo, não será cabeça de série, apesar de uma série impressionante de 10 vitórias consecutivas, que lhe permitiram vencer dois títulos, embora no menos cotado Challenger Tour. Uma saída prematura no torneio ATP de Queen’s pôs um ponto final nas possibilidades de o inglês amealhar os pontos necessários para chegar a um lugar no top 30 e agora ele terá de esperar por alguma sorte no sorteio, sem a proteção de ser cabeça de série. No entanto, Murray será um adversário perigoso para qualquer tenista, um que os cabeças de série pretenderão, certamente, evitar. 

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Entretanto, o relativamente desconhecido Alexander Bublik mostrou estar em boa forma no Open de Halle, na Alemanha, recorrendo a um poderoso serviço para eliminar cabeças de série como Jannik Sinner, Alexander Zverev e Andrey Rublev no seu percurso até ao título. O cazaque, nascido na Rússia, esperará continuar esta série e chegar longe em Wimbledon, torneio no qual nunca chegou à segunda semana. Outra questão intrigante tem a ver com o quão perigoso o norueguês Casper Ruud, número quatro do ranking ATP, pode ser, após o seu trajeto até à final de Roland Garros. Sendo um dos tenistas mais consistentes no tour, já com três presenças em finais de Grand Slam nos últimos 12 meses, Ruud estará ansioso por melhorar o seu anterior melhor registo no All-England Club (2.ª ronda). 

Enquanto a luta pelo título parece estar reduzida a alguns nomes na competição masculina, o panorama muda de figura quando falamos da competição feminina, na qual parece estar tudo em aberto. Importa referir que a número um do ranking WTA, Iga Swiatek, ainda tem de provar o seu valor na relva, razão pela qual outras tenistas menos faladas ou menos conhecidas podem ser consideradas candidatas ao título. Apesar de Swiatek ser amplamente favorita na terra batida de Paris, não há uma força equivalente na relva na competição feminina, pelo menos não da forma como Djokovic tem dominado em Wimbledon em grande parte da última década. Nas últimas cinco edições deste torneio, houve cinco campeãs diferentes em singulares femininos – Serena Williams foi a última tenista a defender o título de Wimbledon em 2016. Será que veremos outra campeã inédita em singulares femininos?

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Outras jogadoras que se encontram em boa forma e a ter debaixo de olho incluem Petra Kvitova, que conquistou o 31.º título da sua carreira no torneio WTA de Berlim. A experiente tenista checa, de 33 anos, tem um longo historial competitivo em torneios de relva, tendo ganho em Wimbledon por duas vezes, embora, nos últimos anos, se tenha eventualmente tornado num nome pouco mencionado nas conversas sobre as principais jogadoras desta modalidade, por não chegar a uma final de Grand Slam desde 2019. A sua segunda e última vitória num Grand Slam foi há nove anos. Contudo, parece que Kvitova ganhou um novo fôlego, como demonstra a sua impressionante série de resultados obtidos este ano. O triunfo no torneio WTA de Berlim corresponde ao seu segundo título este ano, após ter ganho também o Masters de Miami em abril, no qual derrotou a atual número três do ranking WTA, Elena Rybakina, na final. Será que veremos esta jogadora esquerdina a impor-se no torneio como o fez em 2014 e a conquistar o seu terceiro título em Wimbledon?


A própria Rybakina chega a Wimbledon como campeã em título e será, certamente, uma das grandes favoritas, embora a sua desistência do torneio Eastbourne International esta semana possa causar algumas preocupações antes da realização deste major. Rybakina, que nasceu em Moscovo, ainda está a recuperar de um vírus que a forçou a terminar mais cedo a sua participação em Roland Garros e tomou a decisão de desistir do torneio de Eastbourne por precaução, invocando a necessidade de descansar mais antes da sua participação no Grand Slam inglês. Resta saber se ela estará em condições físicas de defender devidamente o seu título. 

A outra grande candidata será, certamente, a campeã do Open da Austrália e número dois do ranking WTA, Aryna Sabalenka. Uma das jogadoras em melhor forma este ano, a par de Swiatek, tendo ganho o Open de Madrid e alcançado as semifinais em Roland Garros, a poderosa bielorrussa terá algo a provar, após ter sido banida do torneio do último ano, a par dos seus compatriotas e jogadoras russas. No papel, Sabalenka tem um jogo que se adequa bem à relva, pois as suas potentes pancadas de fundo do court e os seus grandes serviços derrapam na superfície escorregadia. Como a bola ressalta com pouca altura, tal faz com que as adversárias tenham dificuldades em devolvê-la. O seu primeiro objetivo será, certamente, melhorar o seu anterior melhor resultado, quando chegou às semifinais em 2021.

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A letã Jelena Ostapenko, antiga número cinco do ranking WTA e vencedora da última edição do Birmingham Classic, é outra jogadora que chegará a este evento com um registo digno de nota em Grand Slams, após ter vencido em Roland Garros em 2017. Ao superar várias partidas renhidas com três sets em Birmingham, Ostapenko conseguiu ganhar alguma confiança valiosa para competir em relva na competição da próxima semana. Anterior semifinalista em Wimbledon, ela esperará perpetuar o momento vencedor e chegar longe nesta edição do major inglês. 

Como sempre, os pontos de conversa e as narrativas à entrada para o terceiro Grand Slam deste ano são fascinantes e dinâmicas. Mantenha-se atento à 1xBit para ver outros conteúdos relacionados com os mais importantes eventos desportivos de todo o mundo!