A ação relativa ao Campeonato de Rugby das Seis Nações de 2023 continua!
Com as duas rondas de abertura do Campeonato das Seis Nações a revelarem-se intensas e repletas de ação, podemos esperar mais do mesmo na ronda 3?
A ronda 1 arrancou de forma espetacular, com vitórias fora de casa para a Irlanda, Escócia e França. A França, contudo, não evitou por muito um resultado embaraçoso, batendo a Itália com um desempenho pouco convincente. Após termos mencionado num dos nossos artigos anteriores que a Irlanda está em grande forma e é candidata ao título, a seleção não desapontou. Na sua primeira partida, apesar de não ter mostrado todas as “armas do seu arsenal”, conseguiu uma vitória significativa, por 34-10, sobre o País de Gales, cuja seleção começou assim, de forma atribulada, a sua campanha no Campeonato das Seis Nações. Está claro que a equipa galesa já passou o seu prazo de validade e carece de grandes alterações ao nível do seu plantel. Embora tanto Alun Wyn Jones como George North sejam considerados lendas do rugby galês, são jogadores que já não estão aptos para disputar provas internacionais. Conseguirá Gatland explorar a força dos mais jovens nas rondas seguintes?
A Inglaterra, que entrou neste torneio com confiança renovada, ficou aquém das expetativas no seu jogo inicial. A seleção inglesa pareceu desconfortável e não teve, efetivamente, a confiança necessária para superar a sua congénere Escocesa e obter a vitória. Um novo treinador pode ter parecido bem no papel, mas a dissonância entre as ideias de Steve Borthwick e a sua respetiva implementação por parte de Inglaterra foi mais do que evidente.
Na ronda 2, a normalidade regressou ao Campeonato das Seis Nações, uma vez que os adeptos das três seleções que jogaram em casa – a Irlanda, a Escócia e a Inglaterra – testemunharam vitórias, com tanto a Irlanda como a Escócia a obterem a sua segunda vitória no torneio.
Uma vez mais, a Irlanda esteve em grande, desta feita contra a França e a jogar como seleção visitada. O jogo foi bem disputado, desde o início ao fim, resultando numa verdadeira batalha entusiasmante, na qual as duas equipas apostaram tudo na vitória. Se olharmos mais de perto para as estatísticas da partida, é fácil perceber o motivo. A bola esteve em jogo durante 46min10s, o mais longo tempo útil de jogo numa partida envolvendo uma nação do Tier 1 desde 2018. Além disso, a Irlanda manteve a posse na maioria dos seus pontapés, marcou em 43% dos seus “breaks” e completou 41% dos seus “rucks” em menos de dois segundos.
Contudo, crédito a quem de direito, Les Bleus bateram mais defesas e registaram uma taxa de sucesso muito mais elevada ao nível das placagens, de 91%, do que a Irlanda. Portanto, esta foi, evidentemente, uma partida muito disputada entre as duas seleções, mas apenas uma podia vencer.
A Escócia tem sido, definitivamente, a equipa mais prática neste torneio. A sua partida relativa à ronda 2 contra o País de Gales correspondeu à sua maior vitória de sempre no torneio. Isto é demonstrado perfeitamente pelos 4 pontos obtidos em cada entrada na secção final de 22 m, a média mais elevada, até ao momento, este ano.
Na partida da Inglaterra contra a Itália, a seleção inglesa levou a melhor, mas a seleção italiana pareceu ameaçadora com a bola, o que fez com que adversária falhasse 41 placagens ao longo da partida. A equipa inglesa tinha não só um novo treinador como também alguns jogadores diferentes, com Owen Farrell a regressar ao trabalho como médio de abertura e Jack van Poortvliet como médio de formação. A comunicação da equipa inglesa pareceu perdida e esta tomou, inclusive, algumas decisões perigosas, mas, no final, conseguiu vencer.
Então, o que podemos esperar das próximas três grandes partidas no torneio? A Irlanda e a Escócia permanecem invictas e vão jogar as suas próximas partidas na condição de visitantes, contra a Itália e a França. A Inglaterra viajará até Cardiff, onde o País de Gales esperará obter a sua primeira vitória com o seu novo treinador principal.
A Inglaterra tem atualmente mais pontos na classificação, mas o País de Gales, a jogar em casa, terá o apoio dos seus adeptos e de um treinador, Warren Gatland, que está ansioso por colocar a equipa no rumo das vitórias. Do mesmo modo, Borthwick esperará obter a sua primeira vitória fora e mostrar o seu valor. É justo dizer que nenhuma das seleções tem estado em grande nível, com fragilidades defensivas, pelo que a batalha será, certamente, dura.
A Escócia tem estado em bom plano neste torneio, obtendo, logo na primeira partida, a sua segunda vitória consecutiva fora de casa contra Inglaterra, um feito que não conseguia desde 1909 e ao qual se seguiu uma vitória sobre o País de Gales. Na verdade, esta é a primeira vez que a seleção escocesa venceu as suas duas partidas iniciais desde 1996. Agora, na ronda 3, a Escócia tem de defrontar a seleção campeã em solo Francês. A própria França está a sofrer ainda devido à sua derrota contra a Irlanda e necessita, desesperadamente, de voltar às vitórias para acalentar qualquer esperança de conseguir uma boa classificação no torneio.
O outro confronto relativo à ronda 3 será entre a Irlanda e a Itália, no qual a seleção n.º 1 do ranking mundial, a irlandesa, defrontará os Azzurri. Até este momento no torneio, a Irlanda tem estado sensacional e ao seu melhor nível e há poucas dúvidas relativamente ao seu favoritismo na partida com a Itália. Contudo, este é o Campeonato das Seis Nações e uma derrota, apesar de chocante, não está de todo fora de questão.
Quais são as equipas que, na sua opinião, vencerão esta ronda? Haverá vitórias surpreendentes?