Jogo, set, partida! O Wimbledon chegou
O Campeonato de Wimbledon tem uma longa e ilustre história que remonta ao primeiro Campeonato disputado em 1877. Um torneio alicerçado em tradições – este é um dos ícones mundiais desta modalidade. O clássico contraste entre as indumentárias brancas dos atletas e a verdejante relva inglesa, cortada na perfeição, é uma imagem que se reconhece imediatamente.
Em 2022 regressa burburinho animado que invade toda a zona do Sul de Londres, onde decorre o evento, e onde fãs de ténis do mundo inteiro começam a chegar para ver alguns dos melhores tenistas do mundo desfilarem com os seus brancos reluzentes para lutarem entre si no terceiro Grand Slam do ano. Vamos dar uma vista de olhos ao que nos espera.
Em primeiro lugar, para os torneios individuais masculinos, os cabeças de série foram já revelados e muitos fãs ficaram certamente satisfeitos por ver o nome de Rafael Nadal incluído na lista, depois do excelente ano que este está a ter, durante o qual venceu já os Opens de França e da Austrália. Estas vitórias levaram-no a ser o jogador masculino com o maior número de vitórias em Grand Slam na era dos Opens, enquanto em simultâneo sofria de uma lesão crónica no pé, que pôs em dúvida a continuidade da sua campanha em Wimbledon.
Porém, foi com satisfação que recebemos a notícia de que este será o segundo cabeça de série e que, como é tradição em Wimbledon desde o arranque do torneio, terá oportunidade de encher a barriga de morangos com chantili!
Onde Nadal vai, os seus rivais de estimação vão atrás. O trio composto por Nadal, Federer e Djokovic já nos proporcionou a melhor e mais competitiva era de ténis de todos os tempos, pelo que é difícil imaginar um sem os outros. Infelizmente, devido a uma lesão no joelho, este será o primeiro desde 1998 que Federer não pisará o court de relva. Mas nem tudo está perdido, já que teremos Djokovic como o número um dos cabeças de série deste ano em Wimbledon para nos aguçar o apetite. Conseguirá este registar o quarto título consecutivo em Wimbledon e ficar um título mais perto da contagem de Nadal nos anais da história?
Para além desta famosa rivalidade, temos, como é evidente, muito sangue novo que tem tomado de assalto o mundo do ténis. Contudo, os jogadores número 1 e 2 do ranking mundial não estarão presentes este ano em Wimbledon, dado que o tenista no topo do ranking, Medvedev, foi impedido de jogar após o All-England Club ter decidido banir todos os atletas russos e bielorrussos, na sequência da recente invasão à Ucrânia. Por outro lado, o n.º 2 retirou-se devido à rotura de três ligamentos na perna na semifinal contra Nadal no Roland Garros.
No ano passado, o italiano Berrettini chegou à final contra Djokovic e ganha o seu lugar nesta competição após as vitórias no Open de Estugarda e no Queen’s Club Championships, mostrando que há que ter atenção à sua forma nos courts de relva.
Além disso, Andy Murray é sempre um dos preferidos do público de Wimbledon, tendo vencido o torneio duas vezes. A piada que circula na imprensa inglesa é que Murray é intitulado de britânico quando vence e de escocês quando perde. O escocês mantém o público na expetativa, visto que ainda está a braços com um problema físico que o pode impedir de competir em casa, após ter sofrido uma lesão abdominal na final em Estugarda no dia 12 de junho.
Do lado feminino, Serena Williams detém atualmente mais títulos de Grand Slam que qualquer outro jogador na era do Open e é uma autêntica celebridade fora do mundo do ténis. Contudo, após ter sido obrigada a retirar-se de Wimbledon em 2021 devido a uma lesão, caiu para n.º 276 nos rankings mundiais, já que a ausência dos courts a deixou de fora da qualificação automática. Voltou às manchetes por lhe ter sido concedido um “jóquer” que lhe permitirá competir, tendo agora a oportunidade de provar que aos 40 anos ainda está à altura da competição.
Isso pode ser verdade, mas a tenista a quem devem estar atentos no Wimbledon deste ano é a polaca Iga Świątek, que é a cabeça de série n.º 1 deste ano e a primeira no ranking mundial. Acabadinha de sair de uma vitória no Open de França deste ano, não perde há quatro meses (há 35 jogos para sermos exatos).
Mas o público local não terá apenas Andy Murray para apoiar este ano, já que a britânica Emma Raducanu é a cabeça de série n.º 11 do torneio deste ano. Tomou o mundo do ténis de assalto ao vencer o Open dos Estados Unidos, apesar de ter entrado apenas por qualificação, visto que não se encontrava sequer entre os 100 melhores do ranking. Terá o público oportunidade de celebrar uma vez mais as suas vitórias, ou irá esta sentir a pressão?
Durante as duas semanas do torneio teremos também competições de pares, juniores e cadeiras-de-rodas, por isso prepare-se para umas semanas recheadas de emoções! Esperemos que o sol brilhe e o tempo inglês esteja de feição.